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Há menos de duzentos anos, a forma mais rápida de transporte era feita em cavalos, mas poucas pessoas podiam se dar ao luxo de usá-la. Os custos de manutenção e de aquisição destes animais eram muito altos e inacessíveis ao poder aquisitivo da maioria da população. Os barcos também constituíam um importante meio de transporte, mas tinham suas rotas limitadas às regiões que possuíam rios, lagos ou mares. Para se locomover, a maioria das pessoas usava os próprios pés! Esta situação
mudou radicalmente com a invenção do trem, do automóvel,
e do avião. Uma característica dos tempos atuais é
o intenso trânsito de pessoas e mercadorias em veículos
variados e a velocidades cada vez maiores. Se, por um lado, o uso de
automóveis velozes pode significar melhoria na qualidade de vida
de algumas pessoas, por outro, traz consigo um problema relevante: o
da segurança, tanto para os passageiros dos veículos quanto
para os pedestres que circulam pelas ruas e rodovias. Os acidentes de
trânsito são hoje uma das maiores causas de mortes e invalidez,
constituindo-se assim num dos grandes problemas da vida contemporânea.
Questão de
cidadania!
Algumas estatísticas divulgadas pela companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo ajudam a visualizar a magnitude do problema. Na região metropolitana de São Paulo, os acidentes de trânsito matam em média 8 pessoas por dia. São 13 mil acidentes por mês ou um acidente a cada 3,2 minutos.Para os jovens até 25 anos, o trânsito mata mais do que qualquer tipo de doença ou morte violenta. a cada 14,7 horas, um jovem entre 16 e 25 anos perde a vida no trânsito paulistano. O que significam esses números em termos internacionais? O coeficiente de mortos no transito chega a 23,9 para cada 100 mil habitantes por ano em São Paulo. O mesmo coeficiente atinge a marca de 8,5 por 100 mil em Nova York, 7 em Londres e 3,5 em Tóquio. Enquanto no trânsito japonês morrem 1,1 para cada 10 mil veículos em circulação, no brasileiro este índice é 6,3, ou seja, 5,7 vezes maior. [ ] Segundo a CET apenas 4% dos acidentes em S. Paulo são provocados por defeito em veículos e 6% são devidos a falhas na infra-estrutura viária. Os outros 90% resultam de falha humana[ ]. (Folha de São Pulo 6/6/94 Eduardo Giannetti.).
Nem doenças, nem miséria. No Brasil a primeira causa de morte de crianças a partir de 5 anos de idade são os acidentes que poderiam ser perfeitamente evitados.[...] De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito, atropelamentos e batidas de carro vitimaram 37 000 crianças em 1997. Do total de meninos e meninas atingidos, 3307 morreram. O número representa 35% das mortes não naturais ocorridas entre crianças brasileiras de até 14 anos.[...] 100% das vitimas com menos de 1 ano de idade e pelo menos 12% das que tinham até nove anos viajavam no banco da frente e sem cinto de segurança. (Revista VEJA 3 de maio de 2000)
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