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Biblioteca Virtual
O que você entende por migração? Por que as pessoas transformam-se em migrantes? Que questões as migrações nos colocam? O que a migração tem trazido para o lugar em que você vive? Como se constituiu o movimento migratório no Espírito Santo e que características ele tem atualmente? Existe uma relação muito grande entre o desenvolvimento de um lugar e as atividades realizadas pelas pessoas que ali vivem e trabalham. Essas pessoas, com sua maneira de viver, organizar o seu lazer, construir suas moradias, trabalhar, lutar pela existência e preservação de praças, parques, lagoas, orla marítima, vegetação participam, junto com a ação das políticas, da organização do espaço. A cidade, o campo, a região, trazem na cultura, no jeito de falar, nas festas, na comida, no processo produtivo, nas atividades realizadas essa identidade, que acaba compondo, a identidade regional*. Sendo assim, muitos lugares ficaram conhecidos pela sua especificidade: pelo frio, neve, ou posição litorânea; pela vida em torno de um rio, ou pela possibilidade de exploração mineral; por uma indústria local e facilidade de empregos, comércio e oportunidade de trabalho, pelo turismo, ou mesmo pelos serviços prestados e qualificação profissional, entre inúmeras outras. * As palavras que se apresentarem com este símbolo (*) encontram-se no glossário (Ao final do módulo). A relação das atividades exercidas com a transformação do espaço e a qualidade de vida da sociedade é evidente, embora muitas vezes não se pare para refletir sobre isso. Muitos interesses estão em jogo nesse movimento de atração e repulsão, principalmente o investimento no desenvolvimento de uma cidade ou região. Alguns interesses são controláveis, outros não. São muitas as variáveis que interferem na qualidade de vida do lugar que habitamos, trabalhamos e transformamos. Uma dessas variáveis relaciona-se ao movimento populacional. As pessoas migram, deslocam-se com suas culturas, interagindo com a cultura do lugar que chegam. Se num período existe o interesse da chegada de pessoas, pois significam mais braços para o trabalho no campo, em outros esse movimento agrava as condições de vida da população local, década de 70/80 no século XX, nas metrópoles nacionais brasileiras e latino-americanas. Não se trata de um movimento controlável: os refugiados em massa chegando num mesmo local, os expatriados, os retirantes da seca deslocando-se de regiões de difícil condição de vida na Terra. Embora existam poucos estudos demonstrando o movimento migratório no Espírito Santo, é importante enfocar sua importância, principalmente na constituição do espaço produtivo capixaba. O imigrante estrangeiro no Espírito Santo caracterizou-se, no período de 1888/1930, como o pequeno produtor autônomo. Sua inserção foi maior no campo, mas houve também, participação de estrangeiros na produção do espaço urbano, principalmente no comércio. No início do século XIX a política era de criação de colônias e no final já era de fornecer mão-de-obra para as fazendas de café. Esses imigrantes participaram ativamente na formação do mercado de trabalho rural e urbano. Eles vieram de Açores, (colônia em Viana, próxima de Vitória); europeus de diversas nacionalidades e chineses em Rio Novo e Castelo, em direção ao Alto Vale do Itapemirim; Alemanha (região serrana central próxima a Vitória: Santa Izabel e Santa Leopoldina); e italianos em torno de Nova Venécia. Na década
de 70 (séc XIX) predominaram os alemães, suíços,
luxemburgueses e belgas. Entre os alemães, predominaram os pomerânios.
Muitos deles fecharam-se a contatos locais vivendo, por mais de um século
com a identidade preservada, inclusive a lingüística e religiosa
(eram evangélicos). Atualmente, entre o final da década de 90 do século XX e o início do ano 2000, como se encontra o movimento migratório capixaba? A região que você vive atrai ou expulsa população? O movimento migratório é interno do país ou a atração é para povos de outros países? O que o movimento migratório atual provoca no ordenamento do território capixaba? ATIVIDADE 1– INVESTIGANDO A IMIGRAÇÃO EM ESCALA LOCAL/REGIONAL A) Problematização Que fatores atraíram italianos, alemães, nordestinos,mineiros para as diversas regiões do Estado capixaba? B) Coleta de dados Através de entrevistas, depoimentos, enquetes, registros da história de vida, diários, imagens, entre outros, faça um levantamento de dados e informações sobre a migração em seu Estado. Locais importantes para coleta: bibliotecas, museus, memoriais, jornais, hemerotecas, registros de batizado, registros de óbito, Secretaria da Cultura e da Educação Municipal e Estadual, site do IBGE, faculdades, revistas e folhetins locais. C) Organização
das informações D) Atividade de sistematização Produzir um documento (incluindo os dados estatísticos, mapeamento, desenho representativo, fotos, memórias, entrevistas, referências bibliográficas) que mostre o processo migratório local pesquisado. Ele deve ser publicado e compor o acervo municipal e a biblioteca da escola. Sugerimos também que o material levantado seja comunicado a UFES, principalmente à professora Nara Saletto, pesquisadora desse fenômeno no Estado do Espírito Santo. ATIVIDADE 2 – DEBATE COM ROTEIRO Preparar para um debate organizando as informações que possui sobre o processo migratório no Espírito Santo contextualizando-o com o fluxo migratório nacional, regional e internacional no decorrer do século XX. Para melhor desenvolvimento do debate sugere-se a leitura da bibliografia indicada. Registrar o conteúdo do debate num índice listando os temas e informações que o grupo já tem sobre o processo migratório e separando as questões levantadas. Datar a atividade. Você voltará a ela mais tarde para analisar o que ampliou de conhecimentos.
Produzir um texto citando o que você aprendeu sobre o fenômeno migratório em seu Estado nas diferentes escalas e a importância da pesquisa realizada. Colocar data.
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