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Os sons e a
energia transmitida aos nossos ouvidos
Como o "volume" de sons e ruídos
pode ser medido? Você conhece leis que limitam a intensidade dos
sons?
Em 1994, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)
instituiu o "Selo Ruído". Esse selo deveria ser usado
pelos fabricantes de aparelhos eletrodomésticos que geram ruído.
Infelizmente, essa resolução ainda não vem sendo
cumprida. Mas e você? Saberia utilizar a informação
contida nesse selo na hora de comprar um aparelho eletrodoméstico?
Os sons que percebemos transmitem energia. O "volume" ou a
intensidade de energia que chega às nossas orelhas depende de
três fatores: da potência da fonte geradora do som; da distância
da fonte até o ponto onde estamos; da maneira como o som foi
transmitido até nossas orelhas.
Quando falamos e queremos transmitir mais energia sonora às orelhas
de um grande grupo de pessoas, precisamos produzir uma "voz mais
potente". O ideal, nesses casos, seria contar com a ajuda de microfones
e alto-falantes. Esse conjunto de aparelhos, ligados à energia
elétrica, é capaz de gerar sons com potência muitas
vezes superior à da nossa voz, produzindo muito mais energia
sonora a cada segundo.
A distância da fonte sonora até o ponto onde estamos e
a maneira como o som é transmitido são fatores interligados.
Afinal, pode haver perda ou espalhamento da energia sonora durante a
transmissão. Nesse caso, quanto maior a distância, menor
a energia transmitida aos ouvidos.
Faça você mesmo :
Conversando através de uma Mangueira
Quando os sons são produzidos no ar, a energia sonora
se espalha em todas as direções. Se falamos com
uma outra pessoa através de uma mangueira vazia, evitamos
esse espalhamento de energia. Nesse caso, fazemos vibrações
no ar que são transmitidas, através da mangueira,
aos ouvidos da outra pessoa. Podemos também virar a ponta
da mangueira para o nosso próprio ouvido e enviar o ar
vibrante através dela. Mas atenção, cuidado:
ao falar com um colega através de uma mangueira você
não deve gritar. Além de ser uma brincadeira sem
graça, isso pode ser extremamente doloroso

Figura 3: Crianças
conversando através de uma mangueira. Quando falamos
através dela, o som não se espalha; portanto,
chega mais intenso à orelha.
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Existem limites para a quantidade de energia sonora que
pode ser recebida pelas nossas orelhas sem produzir danos a nossa audição.
Essa quantidade de energia é muito pequena. Existem estudos que
indicam que nossas orelhas devem ficar expostas a uma quantidade máxima
de energia igual a aproximadamente 0,9 milésimos de Joule, ao
longo de todo o dia.
Para medir a energia recebida ao longo de um determinado período
de tempo, usamos aparelhos conhecidos como dosímetros (medem
a "dose" de som ou ruído). Esses aparelhos são
muito importantes. Às vezes, as pessoas reclamam do excesso de
barulho, às autoridades competentes, mas quando a fiscalização
chega, o ruído já não está mais tão
intenso.
Com o dosímetro esse problema pode ser contornado. Afinal, ele
fornece o nível médio de ruído num determinado
período de tempo e pode informar à fiscalização
se os limites estabelecidos para o ruído numa dada região
estão ou não sendo obedecidos.
Os dosímetros são, normalmente, utilizados para determinar
se um trabalhador está exposto a ruídos muito intensos
ao longo de sua jornada de trabalho. Na figura 4, vemos um guarda de
trânsito utilizando um dosímetro. O aparelho fica preso
na cintura e há um pequeno microfone na lapela do uniforme.
Para
termos idéia de como é pequena a energia que pode
ser transmitida aos nossos ouvidos, compararemos o valor de 0,9
milésimos de joule com os seguintes valores de energia:
1º. uma pessoa de 80 Kg que sobe um degrau de meio metro
de altura, gasta mais de 400 joules de energia; 2º. um único
segundo debaixo de um chuveiro de água quente "consome"
cerca de 4 mil joules de energia elétrica.
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Figura 4: Guarda de trânsito usando
um dosímetro
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